quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Imagem: Alemanha e Prussia >:3

Fiz um textinho pra postar hoje sobre a queda do muro de Berlim..

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Até onde você iria pela pessoa amada? Cederia sua liberdade? Seu orgulho? Seus sonhos? Imagine dois irmãos, um é apenas uma criança com grandes sonhos que vê apenas desafios, mas nunca limitações.. O outro é seu irmão mais velho, um jovem que teve que enfrentar grandes desafios e encontrou como único consolo a presença de seu amado irmãozinho.. O mais velho sempre lutou pelo mais novo, querendo garantir que supriria a ausencia de seus pais e lhe daria todas as chances possíveis..

Mas mesmo com o trabalho duro e esforço existem sempre aqueles dispostos a interromper a felicidade das outras pessoas.. Às vezes nem é por ter intenção de fazê-los sofrer e sim por terem objetivos opostos..Então o irmão mais velho se vê em uma dilema.. Ele é capaz de continuar a resistir, de procurar um meio de continuar a viver.. Mas se ele o fizer vai colocar a vida do seu irmãozinho em risco, vai lhe tirar todas as chances que ele tem pela frente..

Então lhe fazem uma proposta, sua vida pela dele.. Como ele é a única pessoa que o irmão mais velho ama ele se vê em uma situação difícil e apenas tenta se certificar que mesmo longe seu irmãozinho pode ser capaz de ser feliz.. Ele aceita as condições e os irmãos são separados.. O mais novo passa a viver sozinho no mundo, existem pessoas para lhe orientar, mas ninguém que possa substituir seu irmão mais velho.. Seu irmão mais velho sempre será insubstituivel.. Já o mais velho, mesmo sendo forte, descobre o que é chegar ao seu próprio limite..

Por mais que o irmão velho trabalhe, por mais que ele tente ir mais longe.. Nada que ele faça vai fazê-lo avançar.. Sempre vai encontrar um muro em sua frente, barrando o seu caminho e impedindo o seu progresso.. Mas está tudo bem, porque ele sabe que mesmo que essas limitações o impeçam de seguir, o seu irmãozinho está avançando, rumo a um grande futuro, explorado o máximo de suas capacidades.. Os dias passam e ele começa a se acomodar naquela situação.. Não é preciso trabalhar muito, não é preciso pensar no futuro.. Ele é um prisioneiro e para ele as coisas serão sempre assim..

O irmão mais novo avança rumo ao futuro e ao progresso.. Ele começa a reconhecer suas próprias falhas e encontrar meios de corrigi-las, se tornando bom em tudo o que faz e sempre aberto para as possibilidades do novo.. Sua visão sobre o mundo se torna cada vez maior e ele passa a resistir a orientação dos outros, de ser guiado pelo caminho da recompensa de todo o seu trabalho duro.. Rejeita os tutores escolhidos para cuidar dele e faz algo que não deveria ser feito, ele olha para trás.. E não encontra o que procurava.. Ele não encontra o seu irmão, os objetivos que eles tinham quando juntos e uma justificativa para continuar crescendo.. Ele encontra apenas uma parede.. Um muro que ele não conhecia e não havia visto ser construido por nunca olhar para trás..

Agora sozinho, o irmão mais novo vê que o mundo é muito maior do que ele imaginava.. Não há apenas dois caminhos, o de seguir em frente ou o de regredir rumo as limitações.. Ele olha para a sua direita e encontra alguém de seu passado, que assim como ele, está andando para frente, sem perceber o que há para trás ou para os seus lados.. Ele o chama e o desperta, fazendo-o olhar para o lado.. O irmão mais novo não está mais sozinho, ele reencontrou um antigo amigo..

Enquanto o mais novo passa a conhecer o mundo o mais novo passa a desejar sair de seu isolamento.. Ele bate contra o muro, contra suas limitações.. Usa tanta força que suas mãos começam a sangrar.. Mas é inútil, por mais que ele deseje ir rumo ao futuro, reencontrar seu pequeno irmão, sua força não é o suficiente para derrubar o que há na sua frente..

Já a frente daquele muro o mais novo e seu amigo percebem que há outros como eles, outros que seguiam em frente sem olhar para trás.. Eles os chamam, alguns param de caminhar em frente e vão até eles, seguindo sua curiosidade, outros tentam olhar para eles, mas a pessoa que os orienta se põe na frente e os impede de sair daquele caminho.. Os que interrompem seu caminho e se juntam com o irmão mais novo passam junto com ele a olhar tudo a sua volta a procura de suas raízes.. Todos procuram algo ou alguém, mas o que há atrás deles está bloquiado, eles não podem voltar ao passado..

O sangue do irmão mais velho começa a marcar o muro, pessoas fracas que estão presas ali junto com ele, vendo suas limitações, veem no reflexo daquele sangue toda a luta que eles travaram contra as dificuldades.. O sangue que eles derramaram a uma forma de se tornarem grandes e fortes parecia ser inútil, pois eles sequer conseguiam ver o futuro, seu destino estava bloquiado.. Se tentassem crescer uma mão viria até suas cabeças e as empurraria para baixo.. Eles seriam sempre pequenos e fracos, não importa se tentassem bater no muro, suas mãos sangrariam e ele nunca iria ser destruido..

Mas o irmão mais velho era persistente, todos os dias o seu sangue corria no cimento e seu desejo de atravessar suas limitações se tornava mais presente.. Algo que ele fazia comoveu os outros fracos rapazes, que mesmo cientes que não conseguiriam crescer, misturariam naquela parede o seu sangue ao lado do dele, desse modo ninguém poderia dizer que ele era um tolo por derramar o seu sangue por nada.. Ninguém poderia dizer que as pessoas presas ao passado tinham derramado o seu sangue e acabado presas ali.. Se derramaram seu sangue pelos seus sonhos e acabaram por ficar naquela prisão poderiam então derramar o seu sangue para mostrar que seus sonhos não eram em vão e mesmo com as mãos ensanguentadas, eles ainda acreditavam nos seus sonhos, no futuro..

Eles bateram com suas mãos no cimento várias e várias vezes, mas eram fracos e pequenos demais para abalar sua estrutura.. Só que mesmo que os forçassem para baixo, que os deixassem sempre pequenos.. Seu sangue era diferente daqueles que nascem fracos, seu sangue os motivava a continuar a bater no muro, a lutar pelo que eles eram e pelas marcas que eram deixadas diante da luta contra as suas limitações..

O irmão mais novo e seus amigos se viraram para trás, um som ecoava naquela enorme parede atrás deles.. Uma marcha semelhante a do passado, disposta a fazer sacrificios pelo que mais se amava.. Eles se entreolharam e caminharão até aquele muro, ouvindo o som fraco parecer mais forte.. Existia algo do outro lado, algo que eles conheciam de um tempo que tentaram força-los a esquecer, de um passado glorioso.. Mas mesmo que esse som ecoasse o muro não parecia se abalar, para quem estava lá dentro os esforços eram inuteis..

Levando suas mãos ao muro, o irmão mais novo passou a bater nele, queria confrontar seu passado, queria fazer o impossível e retornar no tempo para buscar o que havia deixado para trás.. Seus amigos o seguiram, bateram no mundo várias e várias vezes.. Eles eram grandes, eles eram fortes, eles tinham passado tanto tempo se preocupado em crescer que se fosse o desejo deles, com as próprias mãos eles poderiam destruir qualquer fortaleza.

As batidas de fora passaram a abalar a estrutura e o irmão mais velho e as pessoas de dentro se sentiram mais motivadas a continuar.. Mais sangue era deixado na parede, mais dor era acumulada ali.. O irmão mais novo batia mais forte, suas mãos suportavam a resistencia do cimento sem se machucarem, as primeiras rachaduras nasciam e os primeiros blocos desmoronavam. O sangue que por tanto marcou aquele muro desaparecia, tornando-se fragmentos insignificantes quando as pessoas do lado de fora os destruiam.. Elas acabavam com a dor daquelas que ficaram presas por tanto tempo ali dentro, elas permitiram que depois de muito tempo as limitações daqueles fracos prisioneiros fossem derrubadas e elas pudessem finalmente ver o futuro..

Os blocos de cimento cairam e a passagem se abriu, aqueles que por tanto tempo só puderam se confrontar com suas limitações agora viam um futuro gigantesco pela sua frente, um caminho longo que os permitiria crescer.. Com as mãos feridas, o irmão mais velho saiu e avistou um rapaz do outro lado do muro.. Era diferente de quando havia ido embora, não encontrava seu fraco e doce irmãozinho que precisava tanto ser protegido.. Agora o que conseguia ver era um homem, mais alto do que ele, mais forte, mais belo.. O homem que ele desejou por tanto tempo que seu irmãozinho se tornasse, o homem que ele tanto amou e por quem trocou sua liberdade, seu orgulho e seus sonhos..

- Bem vindo..

Foi o único que o irmão mais novo disse, abrindo seus braços e recebendo seu irmão mais velho.. Eles certa vez lutaram e perderam, sendo assim separados.... Mas mesmo carregando aquela derrota nas costas, eles enfrentaram o passado e se revelaram vitoriosos, porque mais difícil do que ver seus sonhos serem roubados era ser capaz de se reerguer e a continuar tentar alcançá-los.. Força que aqueles que uma vez os derrotaram não teriam tido, força dos descendentes de um império, força do povo alemão..

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Essa é a minha interpretação da queda do muro de Berlim, no caso, vista como se fosse a Prussia/Gilbert e a Alemanha/Ludwig de Hetalia >xD Escrevi agorinha a pouco depois de assistir um documentário sobre o tema ;3 Tá bobinho, mas é um poste mais interessante do que os que eu tenho feito nos últimos dias xD~

Um comentário:

  1. Eu sugeriria parar de pagar pau pros capitalistas e ir estudar a ótica socialista. De preferência, pegar as reportagens que mostram que o povo da antiga Alemanha oriental preferia aquele tempo à Alemanha unida.

    Você provavelmente deve acreditar naquela reportagem do, se não me engano, Pedro Bial, na época da queda, em que ele dizia que o lado ocidental estava ensolarado e feliz e o oriental estava nublado. O muro aparentemente ia até a estratosfera e barrava felicidade e nuvens. E tem gente que acredita. Tsc.

    Também, sua escrita não está boa. Repetição demais, pseudo-reticências demais (Reticências são TRÊS pontos, não dois). Isto é lido como alguém morrendo e parando sempre pra respirar, em vez de falar como qualquer pessoa. Nah. Tem como melhorar. É só ler mais e estudar mais, porque de mídia anti-comunista/socialista os EUA já tem demais.

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